sexta-feira, 5 de dezembro de 2008



da noite da memória
não percebemos a morte de deus
de nós

terça-feira, 2 de dezembro de 2008



a madrugada pressentida
nas ruas de veneza
seria eterna


das palavras iniciais
resta o devir
da fraga matinal

sexta-feira, 14 de novembro de 2008



reentrâncias
fugas
perfumes


anos oitenta
energia
envolvente


nesses anos dos tempos idos
revolvíamos a terra
os corpos


fora do pinho da desventura
celebrámos a tarde
a tarde

quarta-feira, 12 de novembro de 2008



se a noite existir
será desta forma o devir
existencial


a rosa
imatura será o princípio do mundo
rasurada a morte

terça-feira, 11 de novembro de 2008




na noite
aparece o jeito de se ser feliz
como o rio que corre

sexta-feira, 12 de setembro de 2008



dias
noites
de 2005
eternidades


voz
visão da
vida

quinta-feira, 7 de agosto de 2008




os cavalos não se abatem
o futuro é hoje
e sempre

domingo, 3 de agosto de 2008




se a foz de eugénio
bebesse as searas
o vento do sul seria presente

sábado, 2 de agosto de 2008




no deserto da água
apelo a Deus ao vento à musicalidade do
corpo

sexta-feira, 25 de julho de 2008




a mulher surge
na penumbra da noite
nas noites

terça-feira, 15 de julho de 2008




risíveis
os tempos
estes



no tempo
futuro
seremos habitantes da praça

sexta-feira, 4 de julho de 2008




o doce princípio do
mundo
o doce princípio de
ti

quinta-feira, 3 de julho de 2008




nesse tempo do rio da avó
bebia o futuro
rasurava a noite



dono do céu
do tempo imemorial
do tempo sem
tempo dos corpos dos
amantes naufragados no tempo

quarta-feira, 2 de julho de 2008




pontes
entre
nós
entre
mim
e
mim

terça-feira, 1 de julho de 2008




recuerdos
de lindas madrugadas
em cada momento



nesse tempo
de vozes líricas
seria o amor o fundamento inicial



a um minuto de ti
anos oitenta
minutos de mim

sexta-feira, 27 de junho de 2008



no meu lugar
de sempre



viva
la
vida



se amares a noite
o Atlântico sobrevoará a memória
do tempo dos tempos

quarta-feira, 18 de junho de 2008




a coisa mais linda que já ouvi cantar
a beleza que é nossa
a garota da infância
de ti

sexta-feira, 13 de junho de 2008




presente
não confundas o passado
cuidar de mim olhar por mim
a seiva inicial

quinta-feira, 12 de junho de 2008




caos
disforme
e
no entanto
ela move-se

terça-feira, 10 de junho de 2008




smiths
guitarras líricas
revivalismos

sexta-feira, 6 de junho de 2008




sabores de 80
madrugadas de alvores intensos
manhãs sumarentas de eugénio

quarta-feira, 4 de junho de 2008




mudar de noite
manhã solar
rumorosa
sensível de sophia

segunda-feira, 2 de junho de 2008




no rio da memória
submerges no naufrágio da árvore esquecida
Miller bebeu os sentimentos amy
recordarás aquele maio dos amigos ausentes

quinta-feira, 29 de maio de 2008




descida ao inferno
a noite será bela
como na manhã solar de Eugénio



na noite recomeças a noite
Lorca na tarde de Granada
bebeu o sangue da foz
das laranjas

quarta-feira, 28 de maio de 2008




desses tempos resta
a lembrança da avó
das searas
da doçura matinal do olhar



desses anos resta
o chamamento das searas
da avó matinal

terça-feira, 27 de maio de 2008




a manhã misteriosa
a noite eterna
se nos lugares azuis
habitássemos



de que breve manhã
se amará o sol



raros os outonos dos corpos
nos campos da memória



como um simples verso
entregar-me-ei na noite



novembro de 2005
desnuda o destino
no campo do olvido

sexta-feira, 23 de maio de 2008




rei



desses anos ficou orbison
a lenta imensidão dos dias
a realidade dos dias



preço da liberdade
morte



the old man and the sea
quase o tubarão re encontrado
na selva do amor
dói esta selva
dói este amor
nesses tempos das ruas solares
vimos o ser feliz



na noite do paraíso
o amor renasce nas lágrimas eternas

quinta-feira, 15 de maio de 2008




nunca a descida
ao inferno
tinha acontecido
desde
Dante



a virgem é escorreita
fátima é presente na cova
no sepulcro do século



desses anos oitenta resta a música flamejante
a lírica dos smiths
a circularidade genial dos simple minds
os anos da memória são o século



a aura italiana
da noite romana
salta a autenticidade lírica

quarta-feira, 14 de maio de 2008




valldemossa
da memória
tempo tépido
relevante o olhar
luz do corpo
chopin sophia maria
mar de



manhã primeira
rio inicial
e rugoso dir-se-ia
no ventre da terra da água ridente
o sol anuncia o futuro
os corpos estremecem no olhar
do paraíso de ti

terça-feira, 13 de maio de 2008




na areia do pessegueiro
na ponte do porto sentido
no primeiro beijo
a paixão de um cavaleiro eterno

segunda-feira, 12 de maio de 2008




a tua face do amor
cantou smiths
estranhamente



se a noite te disser presente
verás o diurno luar da areia solar
questionarás as deusas do tejo
viverás o momento
as laranjas do tempo de eugénio o tempo presente
não digo muito deste tempo
pessoa morreu em
novembro

sábado, 10 de maio de 2008




a chamada das searas
o fragor matinal
húmido
a felicidade



benji
atlântico
diálogos
vidas

sexta-feira, 9 de maio de 2008




no dezembro da recordação
a água diurna cometeu a ousadia do poema
se a noite fosse tua
amar-te-ia



torga amou a camponesa na serra perdida
na rugosa malha
no sofá esquecido perdurava o cigarro
e o poema na folha branca
haverá sempre uma lisboa perdida no marão
no deserto maior
no corpo de uma mulher
casablanca amou estes rostos



silêncio...



fazer amor
fazer um filho
fazer o poema
fazer o futuro
fazer a libertação
ousar fazer filhos com prazer liberdade com prazer amor com prazer
abril é já ali



janeiro foi na noite de alcobaça
a neve pesou escorregou pelos corpos
boulevard of broken dreams sentenciou o devir novo
filha

quinta-feira, 8 de maio de 2008




na terra do ventre inicial
submergimos as estrelas a água mãe
a fenda redentora
a areia da manhã de junho
as deusas do tejo devoram o poema cruel
a lágrima é o mundo

terça-feira, 6 de maio de 2008




guitarras líricas
romantismo aprisionado
vivências últimas



da morte se veste o futuro
a rouquidão dos cinquenta trespassa o sena
e paris comenta com as flores matinais o
olhar

domingo, 4 de maio de 2008




nesses tempos de outrora
al berto devorava a areia do alentejo
o seu corpo jorrava sóis eternos e suaves
as madrugadas eram lindas e flamejantes
porque é que não fizeste amor com uma menina em ourique, pedro?
lanzarote é a noite escura e
esqueceremos a jangada da blimunda que amámos,
baltasar